quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

eu.

-Ôche!
muito atrapalhado...nunca compra nada como se pede.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

ah,o natal!

Normalmente segue o dia,O homem chega do trabalho cansado.A mulher lhe preprara a mesa.
O homem e a mulher comemoram juntos algo especial.desde cedo se empenham em arrumar a casa com uma decoração especial,luzes coloridas,árvore enfeitada,compra e embalagem personalizada dos presentes,muitos embrulhos.Há no canto da sala um cahorro e uma criança,brincando distraídos o menino e o cachoro são dois amigos,cumplices.trancados alí naquele apartamento de classe média.naquele ambiente urbano-tão comum.Um menino 5 anos no máximo,a criança e o cachorro também fazem parte da cerimônia anual.chegaram á pouco á esse mundo.adoram o natal,essa festa onde todo mundo ganha coisa de todo mundo...pouco sabem quem morreu e quem matou na origem dessa comemoração.não sabem que o menino que nasceu agora,morre aos 33 em meados de abril do ano que vem...e tampouco que ele ressucita,que voa,veja você...sabem que se comemora um nascimento,e que isso é importante o bastante para a troca de presentes e para a celebração do ser-humano.(que é o mais importante para ele o menino)
há no quadro na parede uma familia,ha no coração de todos ali uma familia.todos comem e bebem e sorriem.tentam mantér o quanto podem,com toda força;esse espirito.pelo menos nesse dia.
nesse dia.o dia é santo.peru,árvore,ceia,luzes,camera,acão!chega um tio com presentes.uma vó doente.um primo malino.uma prima chata...uma familia se espedaçando ante a grande mesa de natal.o homem comemora a bela família que em pouco ergueu,o eixo particular.o motor particular,gerador de felicidade e preocupação extremas.quase na mesma proporção.

Segue a festa;.com fofocas da tia berenice.os copos de cidra-espumante secam sobre a mesa.os convidados chegam e saem...
-A joana vai para a festa na casa de mayarinha...
-O teco,ele vai para uma festa entre os amigos...
Levanta-se a tia mafalda;''vamos orar pelo vovô mauricio que há pouco nos deixou,vamos lá; ave maria...''e prorroga-se a ladainha...
-amém!
que o espirito do natal sempre viva...e que alguém por favor venha ajudar jovem maria a lavar a louça e arrumar todo o pequeno apartamento do recém-casal.
carlos que tudo odeia,odeia também essa demagogía...
...mas bebe também da cidra.
do vinho.
e ganha também o presente,estamos vivos...e é natal,afinal!
e tome musicas natalinas e tome goles de vinho.abençoa senhor as familias amém...abençoe senhor a minha também...a familia vai se despedindo.
um-á-um...depois de muito comer,fuxicar e sorrir saem saudosos pela festa que vai esperar por mais um ano para acontecer novamente.
respira aliviada a menina maria...
-que bom que ja foram todos não é amor?
-vamo meu bem,vamo dormir...esse povo é muito chato...to cansado...
-e reveillon onde será?
-na praia,casa dos silva.
-nos silva!?....se você for...
-meu amor...é so mais um dia...vamo lá....
-um dia como outro qualquer...a gente vai,come,dá uns abraços e pronto,depois a gente volta.
e assim segue;
ano-após-ano;

domingo, 19 de dezembro de 2010

desde a primeira vez;

escrevía como quem brincava.
eu era um menino descobrindo palavras.
juntando amor com dor.
e formando meus piores versinhos.
porém,primeiros...
seriam eles os meus melhores?
existía amor por aquilo.
a junção de palavras.
as cores que descobria semitonando daquelas linhas imaginárias (!?)
a soma de significados.
os novos significados.
coisas,verbos,substantivos...existênciais...
eu crescía e descobria as cores das palavras
as palavras para as cores.
as cores dos tons musicais e a tessitura das palavras.
do vento..
do ar.
do mar.
desde a primeira vez que escrevi,o fiz...por amor.
por entusiasmo.
por sonho..
poesia,cinema...
ah,se pudesse explicaría melhor fellini.
tentaría explicar um belo filme.
escrevê-lo...
a minha primeira paixão não foi o futebol...
sempre foi o cinema...
as engenhocas do mcgyver.
as aventuras do indiana jones...
era eu sonhando ser um 'goonie'
era eu sonhando ser um jaspion...
quando pensei escrever,ousei me escrever
me imprimir nessas linhas.
não entendendo alinha que separava meu sonho da minha estética escrita.
eu não os separava
escrevía como que sonha.
sonhava como quem acreditava...escrevía.
o que há de mais bonito é saber que mantenho estranhamente esse moinho girando.
sem me desfazer das acreditações...
escrevendo,vendo e ouvindo...
aprendí á ter atentos meus ouvidos,pés,mãos e principalmente olhos...
as coisas se passavam...
e nada escapava de minha sensibilidade.
de minha intuição.
aprendi errado como se vive na vida..
mas aprendi correto como se sonha...
permaneço poeta.
diletante.
eu...sem saber se musico,se escrevo se atuo,se exijo.
eu sabendo somente que quero algo...
que crio algo...
que amo algo,que não sei tão bem....de tanto que conheço.
criei minhas regras e isso me faz feliz.
desde a pimeira vez...
sonhei..
assim permaneço.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Paulo Mendes Campos...

TRÊS COISAS

Não consigo entender
O tempo
A morte
Teu olhar

O tempo é muito comprido
A morte não tem sentido
Teu olhar me põe perdido

Não consigo medir
O tempo
A morte
Teu olhar

O tempo, quando é que cessa?
A morte, quando começa?
Teu olhar, quando se expressa?

Muito medo tenho
Do tempo
Da morte
De teu olhar

O tempo levanta o muro.

A morte será o escuro?

Em teu olhar me procuro.

(Paulo Mendes Campos)

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

estarei vivo daqui á dez anos...

ainda ontem eu era um menino.
mesmo com toda essa barba que me toma a cara.
eu era menino...
bulía....
malinava...
intimava...
caçoava...
mexía...
fazía e acontecía..
o mundo era meu...portanto!
ainda ontem eu crescia,amava,vivía...
é estranho saber que permanecerei aqui.
que daqui á dez anos (sabe-se lá)
estarei casado...
com filhos.
sendo um contribuinte honorário....
ordinário;
sendo um compositor maluco.
um marido conformado em esperar o dia final...
esperando com a sabedoria de um poeta clandestino.
um poeta que não é...
estarei vivo daqui á dez anos.
para cumprir promessas..
para lamentá-las...
para ver;
e continuar sonhando.
com o futuro que chega cada vez mais rápido.
quando vir,passou...
estarei vivo...
permanecerei vivo...
mesmo que não saiba absolutamente de nada,Dom Quixote!
eu estarei vivo daqui á dez anos.
te espero imposto de renda...
te espero leão.
te espero problema renal.
calvice e ciúmes infantís...
sabe-se lá como serei...
estarei vivo daqui á uma decada...
estarei com você...?
-como estarei?
-maluco,talvez!

não quero falar...

não quero falar sobre as chuvas que me tem dado...
sobre o quanto me molhei nessa estrada.
sobre o quando que pequei em estadía.
não quero falar sobre os tempos que tenho estranhado.
nem sobre os mundos visitados.
não quero hoje falar de mim.
não quero expor meu sorriso ou meu refúgio.
nem tampouco meu sobrenome.
quando falo,,,permito.
hoje,portanto não permito nada.
nada á mim mesmo....
á não ser a revolta.
a colera.
posicionada entre o âmago intacto que conservo
e o amor agnóstico que mantenho.
não quero falar de incompreensão.
quero falar de amor.
ando eu tão mudo...
que mundo...
hoje não quero falar sobre nada...
só desejo nadar calmamente...
nú...abraçando meu rio.
quero não ser comido por pensamentos revoltosos...
nem lamentar as vidas cruzadas...
as conexões;
ah...queria cachaça,vai!
embriaguez e risos falsos...
falta de doutrina e maldade...
não quero escrever,por hoje não...
quero me desgarrar como um aventureiro egoísta.
não quero falar,falando...
tem dias que viver é esquizito...
...escrever não adianta...
calar-se é covardia.
que vontade eu sinto agora,que não distingúo?
sobre essa vontade eu digo;
não quero falar...

domingo, 12 de dezembro de 2010

sabiá;

vai bailando no céu sabia?
vai voando pra lá sabiá;

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

vida nova;

sempre vai haver um bebê tomando banho de sol nas pracinhas da vida.

sempre irá haver um menino crescendo em peito de jovens-poetas;
vai sempre haver poesia,vida!

sorrisos espôntaneos,vida!
meninas apressadas,vida!
meninos resmungões,vida!
pais cautelosos,vida!
avòs,avôs saudosos...vida!
vai haver vida,de uma forma ou de outra...
haveremos nós humanóides
haveremos nós andróides

sorrisos cautelosos.
meninos apressados.
meninas espôntaneas.
pais resmungões.
avôs,avós...anões...
vai sempre haver vida humanóide.
musica humanóide.
poesia humanóide.
humanos-humanóides...
uma vida nova nascendo do ventre de uma menina apressada
cautelosa.
espontanea.
resmungona.
vai sempre haver tanta coisa...
que so de imaginar o mundo daqui á cem anos me dá vertigem..
o poeta que não ouse sonhar demais..

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

sob os galhos dessa árvore

eu debaixo dela.
respiro ar puro de oito do dia.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

vai...

uma saudade que me bate ao peito.
que me inunda.
que me traz sorrisos lacrimejantes...
um amigo que se foi.
uma vida que nos deixa.
uma lagrima saudosa.vai então perder-se nesse vão das coisas.
e então no meio de todo esse sentimento
de todo esse mundo
esta aqui guardada pra sempre em manifesto.
em retorica tola
em poema malhado.o minuto de silencio que jamais consegui reproduzir com clareza.
a saudade do camarada morto.
dos camaradas que se foram para o além túmulo
a saudade que me bate ao peito nem é tão deles assim.
mas ríspida,chora o eu que fui.e a vida que tivemos.
as aventuras infantis.
os crooners adolescentes.
uma lágrima corre em meu rosto
e uma estrela no alto obre o céu de brilho intenso.
será o amigo que resolveu me dizer 'oi'?
o Deus brinca de piada com os sobreviventes terráqueos?
essa dor que me toma o peito nem é dor...é nostalgia.
como um crooner canto de cá a saudade que não sei exprimir;
nesses versos tortos que escrevo tao cedo do dia.
um amigo que se foi...
no vão das coisas obscuras...
nos mistérios que nos cercam os mares.
nos muitos rabos de foguete que partem dia-apos-dia...
e partem os rabos e seus foguetes para o além-vida
onde dormem juntos poetas e moribundos
esperando o dia da trombeta.