sábado, 30 de janeiro de 2010

espelho embaraçado.

O que houve com antiga vida?

aquele antigo eu?

tudo mudou ou foi somente o espelho?

ah! o espelho jamais me faria entender coisa alguma....

nunca me explicou nada...



Que reino é esse dos imbecís que eu tanto tento fugir?

Seria eu também um deles?

não há rosto pintado no espelho.

há simplesmente o reino ficção...

e eu enfeitiçado.

com o orgulho ferido,envelhecido.

por que o espelho permanece embaçado?

essas coisas eu não quero ver...

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

cansado

Hoje não tem palavra de apoio...
redenção.
nem o pendulo que me reflete,passando.
nem diferenças cruciais.
nada me incomoda...
se é pra fechar os olhos para as pequenas coisas
fecharei-os então...
ambos.
e a alma permanecerá transbordando.
enchente mesmo,silenciosa.
contradição....
como posso permanecer alerta se estou cego por conta própria?
aguçam-me os sentidos (até os inexistentes,que passam á existir por criações á parte)
fidedignos.
algo dentro de mim ainda canta (e sempre cantará)
meu silencio que dói se manifesta nessas páginas virtuais.
nesses teclados aleatórios...quantos computadores de bordo meu deus!

escrevo.
escravo.
escavo em meu computador.
minha mente.
minha ética.

hoje tem palavra.
não tem palavra.
coisas digitadas...
...nada me incomoda.
palavras virtuais...
não falta tinta;
não se tem folha.
nada me incomoda...

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Assobio

"É um passaro que me habita...
e em dias como este me faz bicos de canto...
câmera lenta,acalanto...
é tudo flor...e cheiro...
e bico ralo á assobiar...
quase tímido..
quase onipresente...
sou só um homem e um bico assobiando...
coisa qualquer...
assobio pra dias infertéis...
música faz chegar a mágia que tanto careço...
a cidade nada tem á ver com isso...
mesmo sendo buzinas ainda sim é tudo canção...

assobio distraido anônimo e disperso...
...ele não salvaría esta cidade...
...me salva ao menos..."

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

cidade cinza.

É cinza.
tudo!
de volta á cidade cinza.
temos verdes.
e pressas.
e cotidianas coisas.
a cidade parece nem ao menos se pertencer...
É solto.
solto e quente o vento entre os prédios de capital.
É ainda ceará,cidade da luz.
que luz?
a do sinal?
a do sorriso da menina que se divide com o curto tempo do vermelho?
que baila pra você motorista apressado...
que te pede um real trocado.
que me pede um sorriso sequer.
mas o que ela pode fazer com esse meu sorriso gratuíto?
ela não pode comê-lo...nem levar ao pai embriagado.
a luz do sinal brilha.
e os carros brilham também em prata!
a cor do futuro!
tudo tão moderno...
cidade cinza,cinza e prata!
prata,lata....lixo...
é tudo anzol e pesca....exportação.
o sol se deita pra noite cearense....cirsense...
....Alguem deve brilhar sob esse céu negro.
os carros afinal,tem mais pressa...todos tem fome e vontade de beijar suas esposas...
a cidade ainda tem pressa...
permanece tudo muito urgente...
E nada brilha mais do que os faróis dos carros prata que passam
com as suas distintas cerimônias de fuga...

domingo, 17 de janeiro de 2010

manhã,cadê o café?

"Eu tinha sono ainda...
a manhã parecía tão dessinteressante...
e o resto do dia eu nem conseguí supor
consegui(...)
e sem vontades esperava
(com uma vontade implícita e quase secreta
de que o tempo fosse simplesmente passando...)
mas praquê?

Pra que nascer de novo?
as armas eram aquelas...e o dia era todo meu.
ainda sim decidí que não;
não sería.
não saíria.
não lutaría.
não não naquela manhã...
não naquele dia.

Eu guardava um sono estranho por dentro.
uma vontade de quase não ser...
sendo...

naquele dia decidir somente assistir...
...e quase nem me doeu...
havia somente o despertador.
me falando bobagens enquanto tocava
...."

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Cabelos do vento.

"Sim minha pequena!
os ventos tinham os cabelos tão grandes.
que cobriam quase toda a América.
e como parecíam igualmente lisos e revoltos os cabelos dos ventos.
grandes e transparentes,reluzentes.
cores vivas,fraquinhas...
como uma aurora eterna...ou um pôr do sol
vento solar!
é isso!
Sim minha grandona.
te digo como são os cabelos fortes e aleatórios.
ventanías!

Ameríndios...
te digo toda a américa se você deixasse.
contaria de Bolívar á Guevara.
subiría cordilheira.
você pode até suspeitar (adivinho)
enquanto subíamos...
subistes também,comigo.-como não?-
lá em cima!
'para o alto e avante!'

Como posso te contar as coisas,se você esteve lá comigo todo o tempo?

Metafísica?
imagina...
poesía menina,poesía...

E de la de cima o vento era cabeludo e livre.
era colorido e triste.
dançante,nervoso.
ávido de alguma coisa maior.
e eu não o decifrei.

Estava distraido levemente com o sol e as cores americanas.
com a bolsas e pessoas peruanas.
cores -por fim- artesanais.

pronto!

é isso...
Deus aqui,fez do vento artesanato!
colorido á mostra.
transparente alento;
ladrão de ar,cortante até.
porém vento!

Belo e Americano.
os cabelos americanos do vento.
não são louros,como pensava.
eu não decifei a sua cor.
o cabelo icógnito,intacto.
e adimirado (contraditóriamente)
como se Deus permitisse a licença poética...
e assim o faz..."

Na bagunça do quarto.

"CRECK!
CRECK!

São tantos cacarecos....
-não me pise aí senão você quebra o...
CRECK!

Ai,Ai...tarde demais!!

Era um disco que eu gostava.
ou era um outro...?

Tá tudo bagunçado...
alí no canto tem uma agenda cheinha de passado.
(saudoso passado morto)
cá em mim há ainda um presente bagunçado.
há?
sei la?!

CRECK,CRECK!

pisei onde nem devia...
e agora procuro os vestígios...
...do que me foi quebrado...
passado?

ah a bagunça de meu quarto...
meu quarto bagunçado,
como ele só.

vai ser assim daqui pra frente?
CRECK!
CRECK!

Há uma bagunça maior.
uma bagunça que não entendo...

bem maior que a do meu quarto.
quase do tamanho do mundo.
(na verdade;nunca medí o mundo)
que também insisto em não compreender...

CRECK!
CRECK!

Tá quase tudo quebrado nesse lugar...
eu quase nõ consigo sorrir.
e sem quarto durmo.
e sem quarto acordo.
e sem quarto sigo.
bagunçado...."

sábado, 9 de janeiro de 2010

do silencio

ah,me deixe com meu silencio medido.
é preciso calar-se.
escrever de carvão.
só me deixe por aqui...
...que o caminho eu ja sei trilhar...em silencio.
devidamente.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Barba feita,Cabelo cortado.

"...Barba feita.
cabelo cortado.
é issac ainda naquele espelho?
ou outro camarada será?

é isaac.
com dois "A"s
'que nem' na bíblia.
que nem eu.
barba feita!
veja você!

esse espelho emagrace...
...realça minhas bochechas.
não sou eu ali.
eu sequer sabía das bochechas..!?

ainda sim é issac.
existem dois olhos ali.
e a mesma cara de maluco-poeta;
show de thruman.

sorria pra mim mesmo esse moço
sorría de dentro do espelho.
de dentro pra fora
como quisesse sair...
sim,pra mim com um sorriso que conhecía bem.
com o mesmo dente quebrado.
o olhar engraçado.
curioso no espelho.

é janeiro.
ano novo.
tempo de chuva de verão.
tempo de barba feita de inicio de ano.
junto de um ano todo,á se viver...

janeiro de alguem que não se reconhece no espelho.
como um estranho á se conviver um ano inteiro.
é tempo de ensaiar o retiro para o carnaval...
...fevereiro...

...e eu vou...atras do trio?
..de sonhos renovados
com planos moldados
de punhos cerrados
com barba feita e cabelo cortado...."

pontual.

"...cheguei atrazado.
bem no meu horário.
falho.
eu estava ocupado sentindo o vento
e me distraindo com sorrisos na rua.
andava tão distraído.
era você ou eu ali naquele espelho?
ah,lembrei isso é virtude.
eu não me atrapalho.
nem entendo...
...sim era eu!
pontual pra inglês ver...
atrazado com jeito brazuquinha...

andava esperando o sinal de pedestre.
andava espiando o pedir do pedinte.
andava espairecendo enquanto vivía e vía...
coisa qualquer.
andava sim,pensando em você...
é muita esquina nessa vida meu Deus...
é muita coisa que acontece sem ter por que.
é quase tédio.
distraído...puft!
caí...levantei
me limpei o braço
(que embaraço)
andei e sorri pros poucos que viram...
era também você naquela queda...
...enquanto eu pensava,atrazado.
pra que mesmo!?
vivia compondo valsas clandestinas...
...refrões...
estava atrazado naquele dia.
e hoje não há humanidade que me espere;
ainda sim,fui pontual.
pra mim...."

domingo, 3 de janeiro de 2010

...De que nada é impossível...

"Vendo-os cantar sinto-me cantar também.
calado,tímido...cantante!
vendo-os escrever tenho a estranha mania de tentar também ser poeta.
e pintar,pintor....o que sou?
vejo-os atuar,
Johnnys e jeffs.
carlos e marios...vários...
eus...
é tanta vida,
e tanta arte.
e tantas gentes.
de pauls á chicos...
de georges á borges...

vendo-os surfar também eu sou surfista.
e voar também serei ave?
vendo chover,molhando-me também como árvores,inerte!
futebol,desenho,poesia,cinema,surf...
...predios modernos e esquinas provincianas.
antigos prédios de rua grande.

enxergando tudo e sendo também tudo.
tudo junto.
o sabor e o desabor.
o amor e o que nem sei dizer o que é...
o fácil e o dificil.
e de um jeito ou de outro os sou.
como sou a mim mesmo,
(i me mine...)
eu sou guitarra e letra.
sou impossivel.
também serei isso um dia.
vendo-os viver digo:
vivo.
e digo que nada é impossivel.
sou o que quero....
...e isso quase assusta..."

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

um presente chamado janeiro.

"E eu acho que esse janeiro ainda é dezembro.
Que essa sexta é domingo.
É tudo sugestão.
É tudo um exagero.

Sol de dezembro.
Chuva de janeiro.
Coisa de comecinho do ano.
Vilarejo de interior.

Aqui a pressa é calma.
A vida é praia.
O mar ,é!
Janeiro apressado.
Chegou ainda em dezembro.
E dezembro ainda o é,em mim.

O sol cedinho,
Ano novo amanhacendo.
Essa virada com cara de semana santa
Adiantada,atrazada?

O velho palco com seus refrões malhados.
Os velhos emblematicos técnicos de som.
As turmas que não voltam mais.
Fiquem onde estão,camaradas,O ano é novo!
Nem eu estou no meu devido lugar.(Aliás principalmente eu)
Escondido no passado,fantasma.
testemunha de quê mesmo meu Deus!?

Ah,Ano novo!
Um novo janeiro nosso.
desses que Deus insiste em nos presentear
E nós o aproveitamos como pudemos
seja contemplando e vivendo.
seja entornando e vivendo,vinhos e cachaças vorazes.
o povo é sábio,dança o "tchuco" como se ja fosse carnaval...
...e eu dizía que meu janeiro era estranhamente dezembro.
depois do natal,ano novo ja costuma ser carnaval.
...e as meninas alcoviteiras e os caras da geração 2000
dançam suas vidas entre sí.
cantam e bebem a chegada de uma nova temporada.
se beijam com toda a irresponsabilidade que é tão cultural,costumeira.
não é carnaval,mas quase o é.
E só temos uma certeza:
A de que depois de sobreviver um ano,(ou ate o carnaval)
o refrão vergonhoso morre junto de alguns sentimentos malucos.
que afloram em nossa mente nessas épocas de alcool devido.
de fugas e procuras.
de promessas e punições.
das esperanças de ano novo.
Ganhamos um janeiro novinho em folha.
com sol,chuva e ônibus lotados de turismo!
E Deus continua insistindo nesse janeiro.
E nós (com toda sabedoria) sabemos usá-lo
...porém nem o proprio Deus sabe se usamo-o bem ou mau esse direito..."