"E lá vai o poeta
vivendo ou esperando?
sangrando ou compondo.
pra onde vai?
mesmo com toda sua articulada sensibilidade não consegue dobrar o mundo.
-camarada,esse mundo não dá trégua
dobra-lo seria mudá-lo.
ele não muda você sabe bem.
em sua enorme teoria o que sabe de mdanças?
grandes homens morreram tentando,em vão.
nasceu poeta e isto é tudo
o medo justifica a fuga
que justifica a fome de mundo
oras!conheço bem o meu quintal
e nem sei quantos visitantes distraídos recebo por dia
quantos trazem flores?
quantos torcem o nariz?
desconfiança,
inveja -o sentimento que mais assusta-
quantos passam por ele que eu nem dou conta?
despercebido.
E lá vai o poeta também no meu quintal.
devo chamá-lo de amigo?
e la vai ele imerso em sua imensidão literal e solitária.
E la vou eu junto dele.-que também sou eu-
junto de sua barba e de seus cabelos.-que também são meus-
Lá vou eu dentro daquele velho caderno familiar.
no meio do mundo,cidades minhas...
a vida é uma ída.
E LÁ VAMOS AMBOS POETAS..."
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